Área de identificação
Código de referência
Título
Data(s)
- 1921 - 1956 (Produção)
Nível de descrição
Coleção
Dimensão e suporte
Documentos iconográficos: 1 álbum contendo 18 fotografias; 1 fotografia; p&b;
Documentos textuais: 30 diplomas; 2 folhas; 1 livreto; 1 álbum; 1 pasta;
Papel; papel fotográfico; madeira
Área de contextualização
Nome do produtor
Biografia
Góis Monteiro (Pedro Aurélio de Góis Monteiro) nasceu em Alagoas, no dia 12 de dezembro de 1889, filho do médico Pedro Aureliano Monteiro dos Santos e de Constança Cavalcanti de Góis Monteiro, sendo o mais velho de uma família de nove irmãos. Em 1903, mudou-se para o Rio de Janeiro e, no ano seguinte, iniciou o serviço militar na Escola Preparatória do Realengo, de formação de oficiais, concluindo-o posteriormente na Escola Militar da Praia Vermelha. Com o fechamento desta última, transferiu-se, em 1906, para Porto Alegre (RS), onde finalizou o curso de oficial na Escola Militar local. Nesse período, filiou-se à mesma facção política de Getúlio Vargas, apesar das proibições de envolvimento de militares em manifestações políticas. Em 1910, foi declarado aspirante a oficial, integrando provisoriamente um batalhão de infantaria, enquanto aguardava sua designação para a Arma de Cavalaria, embora sua preferência fosse pela Artilharia. Serviu no Batalhão Ferroviário, em Cruz Alta (RS). Foi promovido a 2º tenente em 1914, permanecendo no Rio Grande do Sul até 1916, atuando na 2ª Brigada de Cavalaria e no Esquadrão do 6º Regimento de Cavalaria Independente. Ainda em 1916, casou-se com Conceição Saint Pastous, de tradicional família gaúcha, e retornou ao Rio de Janeiro. Na capital, concluiu o curso de Engenharia Militar, entrando em contato com métodos, táticas e organização militar adotados pelo Exército Alemão, que muito o impressionaram. Finalizado o curso em 1918, voltou ao Rio Grande do Sul, onde comandou o 6º Regimento de Cavalaria Independente, sendo promovido a 1º tenente em janeiro de 1919. Em 1921, regressou ao Rio de Janeiro para participar dos cursos de aperfeiçoamento ministrados pela Missão Militar Francesa, chamada para remodelar os conceitos táticos, estratégicos e organizacionais do Exército Brasileiro. Em 1922, fez o curso de Estado-Maior, também ministrado pela Missão Militar Francesa, em meio à grave crise política provocada pela sucessão presidencial de Epitácio Pessoa e pela “Reação Republicana”, que lançou a candidatura de Nilo Peçanha e J. J. Seabra. Esses eventos culminaram na “Revolta de 5 de Julho”, quando diversas guarnições militares se rebelaram contra o Governo Federal. Góis Monteiro não participou ativamente do movimento, mantendo-se na defesa da legalidade. Diante das ameaças de deposição do governador Borges de Medeiros, no Rio Grande do Sul, e respaldado por seu desempenho no curso de Estado-Maior (apesar de ainda ser 1º tenente), foi chamado, confidencialmente, para elaborar um plano de defesa do estado contra as forças federalistas. Sugeriu a criação dos “Corpos de Provisórios”, tropas recrutadas entre empregados de fazendas de líderes locais, com treinamento militar básico. Em 1924, foi promovido a capitão e nomeado professor estagiário do Curso de Estado-Maior. No mesmo ano, participou do combate à Revolta Paulista de 1924, comandada pelo general Isidoro Dias Lopes, integrando o Estado-Maior das tropas federais sob o comando do general Carlos Arlindo. Durante os combates, apresentou um plano estratégico que foi adotado pelo Gabinete Militar da Presidência e contribuiu para a derrota das tropas rebeldes. De volta ao Rio de Janeiro, reassumiu o cargo de professor da Escola de Estado-Maior, acumulando funções na Seção de Operações do Estado-Maior do Exército. Em 1925, diante da retomada das ações rebeldes paulistas, foi nomeado chefe do Estado-Maior das forças federais que combateriam os insurgentes. Seus planos forçaram as tropas de Miguel Costa a recuar para o Sul, onde se uniram às forças de Luiz Carlos Prestes. Durante a retirada da Coluna Prestes, foi chamado de volta ao Rio de Janeiro para reassumir funções de professor e também lecionar Tática Militar na Escola Profissional da Polícia Militar do Distrito Federal. Quando a Coluna Prestes iniciou sua marcha por Mato Grosso, em junho de 1925, foi enviado como oficial encarregado das operações contra o movimento, atuando como chefe do Estado-Maior das forças federais, ainda no posto de capitão. Em outubro de 1926, foi promovido a major. Após a retirada da Coluna Prestes para a Bolívia, em 1927, retornou ao Rio de Janeiro e à Escola de Estado-Maior. No mesmo ano, assumiu a chefia de gabinete do general Mariante, diretor da Aviação Militar do Exército. Em julho de 1929, durante a campanha presidencial, foi fotografado com políticos gaúchos opositores do presidente, sendo erroneamente apontado pela imprensa como participante ativo do grupo. No mesmo ano, realizou inspeções militares preparatórias para a implantação de aeroportos militares em São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Em janeiro de 1930, assumiu o comando do 3º Regimento de Cavalaria Independente, em São Luís das Missões (RS), próximo a São Borja. Pouco depois, recebeu convite de Oswaldo Aranha para comandar militarmente a Revolução de 1930. Além de comandar as operações, atuou politicamente, dando ultimato à Junta Governativa — que havia deposto Washington Luís — para que entregasse o governo às tropas revolucionárias. O ultimato surtiu efeito, e a Junta declarou que passaria o poder a Vargas assim que ele chegasse ao Rio de Janeiro. Em março de 1931, foi promovido a coronel e, dois meses depois, a general de brigada, sendo nomeado comandante da 2ª Região Militar, em São Paulo, acumulando o comando da Força Pública estadual. Recusou o posto de interventor paulista. Em julho de 1932, assumiu o comando da 1ª Região Militar, colocando as tropas de prontidão diante da tensão em São Paulo. Com a eclosão da Revolução Constitucionalista, chefiou o Destacamento do Exército Leste e, após a rendição, recusou novamente o cargo de interventor. No dia 6 de outubro de 1932, foi promovido a general de divisão, com apenas 42 anos. Em 1933, foi nomeado inspetor das Regiões Militares do Norte e participou da Comissão Constitucional, integrando diversas subcomissões. Em 18 de fevereiro de 1934, assumiu o Ministério da Guerra e teve seu nome lançado por Cristiano Machado (PRM-MG) como candidato à presidência. Em 7 de maio de 1935, deixou o ministério, mas continuou como conselheiro de Vargas, sendo um dos mentores do fechamento da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Em 1936, voltou a ocupar o posto de inspetor das Regiões Militares do Norte e participou do processo de desarme das forças civis no Rio Grande do Sul, fato que resultou na saída do então ministro da Guerra. Indicou o general Eurico Dutra para o cargo. Em julho de 1937, assumiu a chefia do Estado-Maior do Exército e participou ativamente do golpe que instaurou o Estado Novo. Defendeu a aproximação com os Estados Unidos, visitando o país em 1939 e participando de reuniões para cooperação militar. Em 1943, deixou a chefia do Estado-Maior, sendo nomeado, em 1944, embaixador extraordinário junto ao Comitê de Emergência e Defesa Política da América, em Montevidéu. Em agosto de 1945, assumiu novamente o Ministério da Guerra e, em outubro, liderou a transição política que resultou na saída de Vargas, impedindo represálias contra ele e outros integrantes do Estado Novo. No governo Dutra, ocupou novamente o Ministério da Guerra até setembro de 1946, quando retornou ao posto de embaixador em Montevidéu. Em janeiro de 1947, foi eleito senador por Alagoas, pelo PSD, permanecendo até 1950, quando foi convidado por Vargas para ser vice em sua chapa presidencial. Com a vitória, assumiu a chefia do Estado-Maior das Forças Armadas, atuando contra a participação brasileira na Guerra da Coreia. Em 1952, ajudou a formular o Acordo Militar Brasil–Estados Unidos e, em 15 de dezembro do mesmo ano, foi nomeado ministro do Superior Tribunal Militar, cargo que ocupou até sua morte, em 26 de outubro de 1956.
Entidade custodiadora
História do arquivo
Fonte imediata de aquisição ou transferência
Área de conteúdo e estrutura
Âmbito e conteúdo
A coleção é composta por uma variedade de documentos relacionados a Góis Monteiro. Nela, é possível encontrar um álbum de fotos contendo registros de diversas autoridades, em sua grande maioria com dedicatórias e assinaturas. Também constam documentos referentes à visita da Missão Militar Brasileira aos Estados Unidos, em 1939, como uma fotografia e um álbum de recortes de jornais. Faz parte da coleção uma variedade de diplomas concedidos a Góis Monteiro, abrangendo o período de 1921 a 1955. Há, ainda, um livreto contendo as denominações das condecorações nazistas que poderiam ser oferecidas a estrangeiros, com a capa em alto-relevo apresentando o símbolo da Alemanha Nazista. Também integra a coleção uma pasta pertencente ao titular quando ocupava o cargo de Ministro do Superior Tribunal Militar, além de outros documentos.
Avaliação, seleção e eliminação
Ingressos adicionais
Sistema de arranjo
Série Documentos Iconograficos
Série Diplomas
Série Documentos Diversos