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Date(s)
- 1922 - 1982 (Creation)
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Documentos textuais: 2000 itens
Documentos iconográficos: 423 itens (incluindo 16 duplicatas)
Documentos cartográficos: 24 itens
Documento sonoro: 1 item
Papel; papel fotográfico
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Name of creator
Biographical history
Edgar Teixeira Leite nasceu em Paraíba do Sul (RJ), em 20/03/1895, filho de Leopoldo Teixeira Leite e Inês Figueira de Melo Teixeira Leite. Era neto do comendador Francisco José Teixeira Leite, barão e um dos fundadores de Vassouras. Diplomou-se na Escola de Agricultura de Pinheiro em 1914, ingressando em seguida na Faculdade de Direito de Niterói, onde cursou até o 3º ano. Especializou-se em Biologia Vegetal no Museu Nacional e no Jardim Botânico (RJ) e, obtendo o 1º lugar no concurso para Chefe de Biologia Vegetal do Ministério da Agricultura, foi nomeado Diretor da Estação Geral de Experimentação de Escada (PE), em 1917. Dirigiu serviços do Ministério da Agricultura em Alagoas e na Paraíba e chefiou a Comissão de Estradas de Rodagem em Pernambuco. Em 1918, participou do I Congresso Nacional do Algodão, promovido pelo Ministério da Agricultura e pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Nesse mesmo ano, foi eleito prefeito de Gameleira (PE), ocupando o cargo de 1919 a 1922. Colaborou com a Reação Republicana, movimento derrotado que promoveu a candidatura de Nilo Peçanha à presidência da República em 1922.
Após o fim de seu mandato em Gameleira, foi diretor das Usinas Ribeirão e de Cucuí, pertencentes à Cia Geral de Melhoramentos de Pernambuco – empresa açucareira da qual foi também diretor e vice-presidente, tornando-se especialista em cultivo e produção de açúcar.
No início da década de 1920, casou-se com Leonor Bezerra Cavalcanti Teixeira Leite, filha de José Rufino Bezerra Cavalcanti – usineiro, ministro da Agricultura (1914-1918) e presidente de Pernambuco (1919-1922). Em 1925, associou-se à empresa do sogro, José Rufino e Cia, grande organização comissionária que financiava a entressafra e melhoramentos agroindustriais. Em 1926, assumiu a secretaria geral da Sociedade Auxiliadora da Agricultura (PE).
Teixeira Leite era ligado ao Partido Democrático de Pernambuco, núcleo da Aliança Liberal do estado, e apoiou a Revolução de 1930. Com a vitória dos revolucionários, foi nomeado Secretário da Fazenda, Viação, Obras Públicas e Agricultura de Pernambuco. Em 1932, deixou a secretaria e foi para o Rio de Janeiro para tratar da saúde. Nesse ano, foi um dos fundadores da Sociedade dos Amigos de Alberto Torres, que organizava estudos e atividades ligadas principalmente a questões agrárias. Nessa entidade – da qual chegou a ser presidente, tendo fundado sua seção pernambucana – fez conferências sobre o rio São Francisco, as regiões semiáridas, a imigração e a colonização.
Em 1933, Teixeira Leite foi eleito deputado à Assembleia Nacional Constituinte, fazendo parte da representação profissional e sendo o único representante dos empregadores do Norte. Apresentou várias emendas, defendendo a navegação de cabotagem, a redistribuição municipal de rendas, o apoio nacional às regiões nordestinas atingidas pelas secas e a política ruralista inspirada em Alberto Torres. Foi defensor dos produtores de açúcar e um dos pioneiros da campanha pela adoção do álcool-motor, sendo fundador e diretor-tesoureiro da Cooperativa de Álcool-Motor, que instalaria a 1ª fábrica do produto em Pernambuco.
Foi deputado federal (PSD-PE) entre 1935-1937 e, em seu mandato, foi membro das comissões de Agricultura, Indústria e Comércio e de Obras contra as Secas, entre outras. Lutou pelo plano de defesa da lavoura e da indústria açucareira, e contra a extinção do Instituto do Açúcar e do Álcool. Apresentou um projeto sobre a organização das atividades pesqueiras — que seria transformado em decreto-lei no Estado Novo — e outro sobre a criação do Instituto Nacional de Nutrição, que também serviria de base à implantação do órgão no Estado Novo. Foi o relator do projeto que criou a Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Banco do Brasil. Como membro da SNA, Teixeira Leite manifestou-se sobre várias questões ligadas à agricultura, entre elas a reforma agrária, considerando que o camponês devia ter acesso à terra para garantir condições mínimas de vida. Em 1944, desligou-se da Cia Geral de Melhoramentos de Pernambuco, organizando a Chromium Mineração S.A. para explorar jazidas de cromita em Piuí (MG). Em 1946, foi nomeado membro da Comissão Central de Preços, na qual defendeu os interesses dos produtores rurais.
Foi secretário de Agricultura, Indústria e Comércio do Estado do Rio de Janeiro de 1947 a 1950. Na Secretaria, promoveu um programa de recuperação da lavoura cafeeira fluminense, usando pela primeira vez os métodos de sombreamento para a restauração de velhas culturas e o replantio em terras desgastadas. Organizou o serviço de assistência rural rodoviária, favorecendo a conservação das estradas rurais privadas e sua articulação com a rede federal e municipal. Incentivou o cooperativismo rural e implantou armazéns e frigoríficos para a conservação de produtos agropecuários. Estimulou a pecuária leiteira, combatendo a febre aftosa e promovendo exposições agropecuárias. Fomentou a fruticultura das zonas temperada e tropical, especialmente de cítricos, criando estações de mudas e enxertos. Estimulou o reflorestamento e o aproveitamento de resíduos urbanos na adubagem do solo.
Representou a SNA no Conselho Interamericano de Comércio e Produção, do qual chegou ao cargo de vice-presidente, presidindo a seção brasileira. Entre 1948 e 1949, participou da Comissão de Desenvolvimento Agropecuário e da Comissão Mista Brasileiro-Americana de Estudos Econômicos. Em 1949, foi delegado das classes produtoras fluminenses na II Conferência das Classes Produtoras. Em 1950, tornou-se membro do Conselho Nacional de Economia (CNE), no qual se destacou tratando de temas como fertilizantes, babaçu, secas no Nordeste, carvão e florestas. Em 1955, tornou-se presidente do CNE. Em 1958, foi consultor especial do governo brasileiro na Reunião de Ministros da Fazenda e Economia do Continente Americano. Entre 1959 e 1960, criou no CNE um prestigiado curso de análise econômica, pelo qual passaram inúmeros economistas. Neste último ano desligou-se do conselho.
Foi membro do conselho técnico e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA), onde permaneceu de 1965 a 1968. Dirigiu o Cotonifício Ribeirão S.A., a Cromita S.A., o Banco Metropolitano de Crédito Mercantil e a Cia Econômica Industrial e Comercial de Alimentos Frigorificados (CEICAF). Foi membro da Confederação Rural Brasileira, do Conselho Nacional de Reforma Agrária e do Fundo Federal Agropecuário do Ministério da Agricultura, dos quais foi vice-presidente. Participou do Grupo de Trabalho para a Revisão da Reforma Agrária, do Conselho de Organizações Não-Governamentais para o Combate às Calamidades, cujo conselho deliberativo presidiu. Membro do conselho consultivo da Associação Latino-Americana de Direito Agrário e do conselho técnico da Confederação Nacional do Comércio, fez parte da Comissão Nacional Pró-Nações Unidas e da Associação Brasileira das Nações Unidas, do Instituto de Altos Estudos Históricos e Sociais, do conselho superior da SNA e do conselho consultivo da Confederação Nacional de Agricultura. Além de sócio da Sociedade Brasileira de Estatística e do Instituto Brasileiro de Estatística, foi sócio da Sociedade Brasileira de Agronomia, do Instituto de Organização Racional do Trabalho (IDORT), do Instituto Brasileiro de Colonização e da Sociedade de Estudos Brasileiros.
Foi conferencista da Escola Superior de Guerra, diretor do Boletim Fluminense de Agricultura e Indústria e colaborador das publicações Revista do Conselho Nacional de Economia, Lavoura e Observador Econômico. Escreveu Aspectos da economia nacional (1937), Problemas da economia fluminense (1938), A Baixada Fluminense e sua restauração econômica (1938), O problema dos combustíveis líquidos (1944) e Reforma agrária (1946).
Faleceu no Rio de Janeiro no dia 21 de julho de 1983, deixando 4 filhos.
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Immediate source of acquisition or transfer
Doação de Vera Struck, filha do titular, ao Museu da República, em 1983.
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Reúne documentos de fundações como o Rotary Club do Rio de Janeiro, que desenvolveu campanhas de sensibilização sobre meio ambiente com escolas e outros setores da sociedade. Edgar Teixeira Leite foi conselheiro da Cruz Vermelha, fato que permitiu, por parte do titular, a aquisição de uma grande quantidade de documentos referentes a esta instituição. Também há muitos documentos relacionados à Sociedade Nacional de Agricultura; ao projeto de desvio do Rio Paraíba e à criação da Usina Hidrelétrica de Caraguatatuba, no Rio Paraíba.
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Coleção apenas parcialmente organizada.