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Maria Lenk

  • Person
  • 15/01/1915 - 16/04/2007

Maria Emma Hulga Lenk Zigler nasceu na cidade de São Paulo no dia 15 de janeiro de 1915 e marcou a história do esporte no país como a principal nadadora brasileira. Iniciou sua trajetória na natação desde os primeiros anos de idade e foi a primeira nadadora brasileira a estabelecer um recorde mundial.
Em diversos eventos, relacionados a recepções de atletas e competições esportivas, foi recebida e prestigiada pelo presidente Getúlio Vargas. Esse reconhecimento deve-se ao excelente desempenho que a nadadora apresentou desde o início de sua carreira como profissional. Aos 17 anos, já se destacava como atleta de nível internacional. Em 1932, integrou a delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de Verão, realizados em Los Angeles, nos Estados Unidos. Nos Jogos Olímpicos de 1936, realizados na Alemanha, Maria Lenk novamente fez parte da equipe brasileira e foi pioneira no desenvolvimento do estilo nado borboleta. Ela também estabeleceu recordes notáveis, como o dos 400 metros nado peito em 1936, no Clube de Regatas do Guanabara.
Em 1942, Maria Lenk contribuiu para a fundação da Escola Nacional de Educação Física da Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde foi professora por quatro décadas. Ela também foi membro vitalício da Sociedade Americana de Técnicos de Natação e foi induzida ao Hall da Fama da Federação Internacional de Natação (FINA) em 1988.
Ao longo de sua carreira, Maria Lenk nadou em 11 mundiais no master, conquistando 54 medalhas, sendo 37 delas de ouro. Em reconhecimento à sua relevância histórica no esporte brasileiro, foi sancionada a Lei 14.418, de 2022, que declara Maria Lenk como a Patrona da Natação Brasileira.
Em 2000, conquistou 5 medalhas de ouro no Campeonato Mundial da categoria 85-90 anos, realizado em Munique. Em 2003, lançou o livro Longevidade e Esporte, no qual compartilhou os benefícios da prática esportiva para a saúde e longevidade.
Maria Lenk faleceu no dia 16 de abril de 2007, aos 92 anos, no Rio de Janeiro, RJ.

Armindo Marcílio Doutel de Andrade

  • Person
  • 17/11/1920 - 07/02/1991

Armindo Marcílio Doutel de Andrade nasceu em 17/11/1920, no Rio de Janeiro, filho de Armindo Augusto Doutel de Andrade e Cândida Doutel de Andrade. Em 1943 formou-se na Faculdade Fluminense de Direito. Desde jovem trabalhou como jornalista, tendo atuado em vários periódicos, como O Globo; Diretrizes; Diário Da Noite; e em O Jornal, onde assinou por 15 anos a coluna Panorama Político. A coluna era retransmitida para os demais jornais e emissoras dos Diários Associados. No início dos anos 40, prestou serviço militar e em 1964 casou-se com Lígia Ribeiro Moellmann, que seria sua grande companheira de vida e de lutas políticas.
Doutel passou a ter um contato mais estreito com a política a partir da cobertura jornalística dos trabalhos da Assembleia Constituinte de 1946. Durante a cobertura da campanha presidencial de 1950, aproximou-se dos dirigentes do PTB do Rio Grande do Sul – sobretudo Alberto Pasqualini, Leonel Brizola e João Goulart, que se tornaram seus grandes amigos e aliados de lutas políticas – e da ideologia trabalhista. Filiou-se ao PTB em 1951 e, após a solicitação de Vargas, iniciou com João Goulart trabalhos visando angariar novos militantes para o partido, organizar novos comitês e obter a filiação de líderes sindicais. Em virtude da dedicação ao trabalho, Doutel foi nomeado advogado do Banco do Brasil por Vargas. Nas eleições internas do PTB, em 1952, foi eleito primeiro-secretário do partido. Em 1953, foi convidado por João Goulart, então ministro do Trabalho, para ser membro de seu gabinete, além de diretor da Rádio Mauá, vinculada ao ministério.
Doutel acompanhou de perto os acontecimentos que culminaram no suicídio de Getúlio Vargas e, no dia seguinte, concedeu uma entrevista afirmando que ele e João Goulart foram os primeiros políticos a lerem a “Carta-Testamento”. Juntamente com as principais lideranças do PTB, seguiu para São Borja a fim de acompanhar o sepultamento. Em 1954, tornou-se secretário-geral do PTB, e foi um dos responsáveis por expandir seu alcance para além dos sindicatos urbanos. Em 1958, integrou a comissão encarregada de reestruturar o programa do PTB, que criou o plano socioeconômico conhecido como Reformas de Base. Nesse mesmo ano, foi eleito deputado federal por Santa Catarina, e em 1960 foi eleito vice-governador do estado. Pouco depois, João Goulart tornou-se presidente da República, sendo Doutel um dos maiores apoiadores de seu governo, assim como do programa das Reformas de Base. Em 1962, assumiu o cargo de vice-líder do PTB e da maioria parlamentar que sustentava o governo Goulart. No mesmo ano, foi eleito novamente deputado federal por Santa Catarina.
No dia 13 de março de 1964, no famoso comício da Central do Brasil, Doutel estava no palanque com Jango, assim como Brizola e Miguel Arraes. No dia 30 de março, quando Jango foi à reunião com os sargentos – evento culminante para o golpe civil-militar que seria dado no dia seguinte –, Doutel o aconselhara a não comparecer. Com golpe, João Goulart partiu para o exílio, tendo deixado um bilhete para Doutel justificando sua atitude.
No período entre abril de 1964 e novembro de 1966, Doutel desempenhou um papel crucial. Além de ascender à liderança do PTB – que perdera seus principais quadros dirigentes, cassados e no exílio –, atuou como porta voz de João Goulart e enfrentou fortes pressões na luta pela defesa dos direitos humanos e do restabelecimento da democracia. Quando o governo começou a investigar Jango, acusando-o de enriquecimento ilícito e irregularidades administrativas, coube a Doutel fazer a sua defesa. Para tanto, viajou clandestinamente ao Uruguai, onde se encontrou com o antigo presidente e dele recebeu documentos que provavam que as denúncias eram falsas. Os militares passaram então a vigiar as viagens de Doutel. No dia 24 de agosto de 1964, dez anos após a morte de Vargas, Doutel subiu na Tribuna da Câmara e leu um discurso de Jango, no qual este justificava sua não resistência – assim como em 1961, preferira o sacrifício particular à guerra civil – e acusava o governo Castelo Branco de golpista, pró-EUA e contrário às Reformas de Base. Doutel recebeu então diversas ameaças de cassação.
Em 1965, com a extinção dos partidos, o PTB foi dissolvido. Com a criação do bipartidarismo, Doutel filiou-se ao MDB, atuando na sua organização e definição ideológica, tendo sido seu primeiro líder. Em 1966, Doutel foi cassado por ter sido um dos principais articuladores da Frente Ampla. No mesmo ano, foi indiciado por um IPM (Inquéritos Policiais Militares, criados para apurar denúncias de subversão e corrupção) e preso.
Impossibilitado de participar da política formal, Doutel indicou sua esposa, Lígia Doutel de Andrade, como candidata a deputada federal por Santa Catarina nas eleições daquele ano. Lígia fez rápida e intensa campanha, tendo sido acompanhada o tempo todo por agente do DOPS. Eleita, teve atuação marcante. Porém em 1968, também ela foi cassada, através do AI n° 5. Doutel então montou um escritório imobiliário no Rio de Janeiro, além de ter sido diretor da OEST Engenharia Ltda.
Em 1976, João Goulart faleceu e Doutel viajou à Argentina a fim de trazer seus restos mortais. Em 1978, retomou os contatos com Brizola e emitiu uma declaração de oposição ao Presidente Geisel. Em 1979, viajou à Lisboa, onde ocorreu o Encontro dos Trabalhistas Brasileiros. No mesmo ano, com a anistia, retomou seus direitos políticos e participou da reorganização do PTB. Como não foi possível manter a sigla (de posse de Ivete Vargas), foi fundado o PDT (Partido Democrático Trabalhista). Em 1983, Doutel tornou-se presidente nacional do PDT. Defendeu ativamente a campanha das Diretas Já e, com a não aprovação da emenda Dante de Oliveira, apoiou a escolha de Tancredo Neves pelo colégio eleitoral. Em 1989, tornou-se novamente deputado federal e foi escolhido vice-presidente nacional do PDT. Faleceu no Rio de Janeiro em 1991.

Lígia Doutel de Andrade

  • Person
  • 28/09/1934

Lígia Doutel de Andrade nasceu em 28 de setembro de 1934, em Florianópolis, Santa Catarina, filha de Ana Elisa Ribeiro Moellmann e José da Costa Moellmann. Bacharel em História pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, casou-se em 1964 com Armindo Marcílio Doutel de Andrade, que seria seu grande parceiro na vida e nas batalhas políticas.
Com a cassação de Armindo em 1966, que o impediu de participar da política formal, ele indicou Lígia para concorrer como deputada federal por Santa Catarina nas eleições daquele ano, pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Eleita com 43.495 votos, tornando-se a mais votada de seu partido, tomou posse em 2 de fevereiro de 1967, compondo a 43ª Legislatura (1967-1970).
Durante seu tempo no Congresso Nacional, integrou a Comissão Mista do PL 2/68, que modificava o artigo 165 do DL 200/67, no ano de 1968. Contudo, em 1969, teve seu mandato cassado e seus direitos políticos suspensos por dez anos, com base no artigo 4º do Ato Institucional nº 5, de 13 de dezembro de 1968, conforme o Decreto de 30 de setembro de 1969, publicado no Diário Oficial em 1º de outubro de 1969.
Mesmo sem mandato, continuou sua militância política na década de 1970 e participou ativamente do Movimento Feminino pela Anistia, que alcançou seu objetivo em agosto de 1979, com a promulgação da Lei da Anistia Política.
Em 1980, foi uma das fundadoras do Partido Democrático Trabalhista (PDT) e, em 1981, do Movimento de Mulheres do PDT. Representou seu partido na Internacional Socialista de Mulheres, em 1988, e exerceu o cargo de Vice-Presidente para a região Brasil-Paraguai por dois anos consecutivos.
No Rio de Janeiro, presidiu o Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (CEDIM) entre 1991 e 1994, durante o governo de Leonel Brizola, e também no governo de Anthony Garotinho (1999-2002).
Em 2012, a Câmara dos Deputados realizou uma sessão solene para devolver simbolicamente os mandatos aos 173 parlamentares cassados pela ditadura militar, incluindo Lígia e seu marido Armindo Doutel de Andrade.

Raphael Hermeto de Almeida Magalhães

  • Person
  • 14/12/1930 - 29/01/2011

Nascido em Belo Horizonte, em 14 de dezembro de 1930, Raphael Hermeto de Almeida Magalhães era filho de Dario de Almeida Magalhães – Deputado Federal por Minas Gerais nos anos de 1935 a 1937 – e Elza de Almeida Magalhães. Mais tarde, mudou com a família para o Rio de Janeiro, onde estudou e formou-se em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – Rio). Na década de 1950 iniciou sua carreira política na União Democrática Nacional (UDN). Em 1954, participa da campanha oposicionista ao presidente Getúlio Vargas, que culminaria com o suicídio desse. Também se destacou na oposição ao governo do presidente Juscelino Kubistchek. Apoiou a campanha de Carlos Lacerda (UDN) ao governo do recém-criado Estado da Guanabara. Após a eleição de Lacerda ao governo da Guanabara, Raphael A. Magalhães assumiu as funções de Chefe da Casa Civil e Secretário de Obras, de Governo, do Interior, de Segurança, de Finanças e de Educação, tendo presidido a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Guanabara e a Comissão de Reforma Universitária do Estado da Guanabara. Entre os anos de 1960 e 1965, esteve à frente do planejamento, programação e controle de execução de grande parte dos programas realizados pelo Estado da Guanabara.
Apoiou o Golpe Militar de 1964 e, em abril deste mesmo ano, foi eleito por via indireta a vice-governador do Estado da Guanabara – cargo anteriormente ocupado por Elói Dutra. Assumiu o governo, interinamente, por diversas vezes, sendo cogitado para a candidatura de sucessão a Carlos Lacerda no Gov. da GB. No entanto, seu partido, a UDN, optou por lançar a candidatura de Carlos Flexa Ribeiro, que acabou derrotado por Francisco Negrão de Lima, da coligação Partido Social Democrata (PSD) – Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O governo militar tinha na UDN seu principal aliado no Congresso, e a vitória da coligação PSD-PTB no Rio de Janeiro e do PSD em Minas Gerais – opositores do governo militar – deflagrou uma crise que culminaria na edição do Ato Institucional nº.2 (AI-2), que entre outras, suspendia as eleições por voto direto. Tal fato contrariou as intenções de Carlos Lacerda de se candidatar à sucessão do presidente Castelo Branco. Insatisfeito com os rumos tomados pelo governo militar, o qual apoiava, Lacerda deixa o Governo da Guanabara entes do término de seu mandado. Em seu lugar assume, em 04 de novembro de 1964, Raphael de Almeida Magalhães, que ficaria apenas um mês no cargo de governador. Com a extinção dos antigos partidos políticos pelo AI-2 e a criação de apenas dois partidos (Arena e MDB), Raphael A. Magalhães, junto à grande parte da antiga UDN, ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido criado para dar sustentação aos militares. Em novembro de 1966, elege-se deputado federal pelo Estado da Guanabara e no ano seguinte, torna-se vice-líder do governo na Câmara. Rompeu com o governo por ocasião da crise deflagrada pelo discurso de Márcio Moreira Alves, que culminaria na edição do AI-5, em dezembro de 1968. Por discordar de algumas medidas do governo, ficou preso cinco dias, embora seu mandado não tivesse sido cassado. Em protesto, interrompeu, ainda em 1968, sua atividade parlamentar. Passou a dedicar-se à iniciativa privada. Voltou à política em 1977, quando elaborou, juntamente a Teotônio Vilela, um documento denominado Projeto Brasil, que defendia a extinção do AI-5. Em 1978, lança, pela legenda Arenista, sua candidatura ao senado do Rio de Janeiro. Neste mesmo ano, adere à Frente Nacional pela Redemocratização, que defendia a volta do estado de direito, o fim do autoritarismo e a mudança de regime. Desiste da campanha para o senado, pela Arena, e passa a apoiar o MDB.Com a extinção do bipartidarismo, ajudou a fundar o PMDB (sucessor do MDB).
Com o fim do governo militar, Raphael A. Magalhães presidiu a comissão governamental encarregada de reformular o Sistema Nacional de Habitação (SNH). Em 1986 tomou posse na pasta da Previdência Social, nesta gestão, foi acusado de comprar irregularmente 328 apartamentos destinados a funcionários do INAMPS, IPAS e INPS. Em 1988 aceitou chefiar a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, e continuou no cargo após a fusão desta secretaria com a de Educação, em junho deste mesmo ano. Deixou a Secretaria de Educação e Cultura em novembro de 1988, após enfrentar a mais longa greve de professores da História do Brasil até aquele período – 89 dias. Em seguida, assumiu até janeiro de 1989 a Secretaria Extraordinária para Assuntos Especiais. Entre 1899 e 1994, retomou suas atividades como advogado. Em 1994 participou do conselho político da campanha de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) à presidência do Brasil, na qual este saiu vitorioso. Em maio de 1995, foi nomeado, pelo presidente FHC, Secretário Executivo do Conselho Coordenador das Ações Federais no Rio de Janeiro. De junho deste mesmo ano a junho de 1996, foi presidente do Conselho Administrativo da Rio 2004, que cuidou da candidatura do Rio à sede das Olimpíadas.
Raphael de Almeida Magalhães casou-se com Mitsi de Almeida Magalhães, com quem tem uma filha.

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